A Garganta da Serpente

Eduardo Gutierres Ruiz

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Inércia

Meu corpo eu não sinto mais,
Pois quero o esquecimento
Com engaste de lamento
Abafando meus estiais .

Fecho os olhos bem de noite
Frio à dor do açoite,
Que mostra o sangue cobre
Esvaindo sem que sobre
Um suspiro da mãe morte,
Sem que ela se importe.

Fingindo ter sonhos em mão,
Sinto o pecado do sermão,
Não tendo mais a sensação
Do prazer com apreensão
Visto na dor do coração,
Trancafiado sem ação.

Eu vejo todo onírico
Perdido pelo lírico
Sem sentimento cínico
Dum criador nada rico.
Se os modelei tão pouco,
Só por isso sou um louco?

Somente sinto mais nada
No mundo da fantasia,
Onde qualquer se extasia
Como num toque de fada


(Eduardo Gutierres Ruiz)


voltar última atualização: 30/12/2007
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