A Garganta da Serpente

Eduardo E.

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O Domo da Rocha

O Domo da Rocha
Projeta-se sobre pacifica relva
A sombra inerte de árvores
Presas numa foto antiga
Ou em lembranças crepusculares
E perdidas no fundo da retina
Liberam sensações de prazer
Quase orgástico em momentos
De dores oportunas
Em instantes toda a carne sólida
Se liquefaz em espasmos explosivos
Sob o fósforo reluzente
E em pequenos vilarejos
A poeira foge do caminho do Rei
Cujos cabelos ruivos
Devastam as mãos pequeninas
De crianças mortas
Restos famintos de efeitos colaterais
De guerras santas e futuras
Limito-me a escrever ao som de rock'n'roll
Pensando que talvez o Nada
Seja uma estratégia melhor
Do que o Pensar
Ressentido pelo poder acachapante
Que transforma o jovem em ouro
Que abre as muitas bocas do Inferno

Há tempo para tudo
Sob os céus dos homens
E o tempo da desgraça
Ainda não acabou.

(16/1/2009 03:10)


(Eduardo E.)


voltar última atualização: 07/07/2009
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