Horizonte de Evento
Peço silêncio aos muros circundantes
E nuvens brancas e passageiras
Vaticinam momentos de solidão
Sob os cobertores
Aos sussurros os jovens literatos
Narram histórias arrepiantes
Sobre a realidade cotidiana
Dos homens bons e ordinários
E nas esquinas de cidades costumeiras
O descaso por não saber
O medo de não ser
Arruínam nossos esforços imaginários
Toda ignomínia sentida nos ossos
E o toque macio da pele jovem
Como seda inebriante
Entorpecendo sentidos inexistentes
E as luzes e a música e o néon
Quanta hipocrisia verdadeira
Stutos quo cujo padrão se foi ralo adentro
A realidade não existe como objeto objetivo
Apenas somos como cães esfomeados
Densos ao mirar o limiar sublime
Do horizonte de evento
Aonde matéria e consciência se vão
Atavismos desconcertantes
Manias cíclicas e infanticidas
Inocências forçadas contra portas
De motéis baratos
Não me diga que mereço seu desprezo
Pois não espero finais felizes
Não quero uma supernova
Brilhando sobre meu ombro frio à noitinha
Apenas um horizonte para olhar
Um caminho entre meus olhos míopes
Passagens acompanhadas por alguém
Felicidade fabricada talvez.
(15/1/2009 02:05)
(Eduardo E.)
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