A Garganta da Serpente

Eduardo E.

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Horizonte de Evento

Peço silêncio aos muros circundantes
E nuvens brancas e passageiras
Vaticinam momentos de solidão
Sob os cobertores

Aos sussurros os jovens literatos
Narram histórias arrepiantes
Sobre a realidade cotidiana
Dos homens bons e ordinários

E nas esquinas de cidades costumeiras
O descaso por não saber
O medo de não ser
Arruínam nossos esforços imaginários

Toda ignomínia sentida nos ossos
E o toque macio da pele jovem
Como seda inebriante
Entorpecendo sentidos inexistentes

E as luzes e a música e o néon
Quanta hipocrisia verdadeira
Stutos quo cujo padrão se foi ralo adentro
A realidade não existe como objeto objetivo

Apenas somos como cães esfomeados
Densos ao mirar o limiar sublime
Do horizonte de evento
Aonde matéria e consciência se vão

Atavismos desconcertantes
Manias cíclicas e infanticidas
Inocências forçadas contra portas
De motéis baratos

Não me diga que mereço seu desprezo
Pois não espero finais felizes
Não quero uma supernova
Brilhando sobre meu ombro frio à noitinha

Apenas um horizonte para olhar
Um caminho entre meus olhos míopes
Passagens acompanhadas por alguém
Felicidade fabricada talvez.

(15/1/2009 02:05)


(Eduardo E.)


voltar última atualização: 07/07/2009
7003 visitas desde 25/11/2008

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente