A Garganta da Serpente

Edmar Germano

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Poema da solidão

hoje acordei num vazio
sem saber, sem ter, sem querer
senti-me sem motivo
faltou ar, faltou sol, faltou referência de mim

Acordei assim, meio que no ar,
um pouco devagar,
e mesmo antes de me levantar
busquei a razão do sentir sem sentir.

Busquei a ti, e não entendi
porque o vazio, porque a lentidão do pensar
pensei em te ligar, pra ouvir, para saber
saber do meu querer, de minha luz.

Tão logo recobro os sentidos, pensos em ti
entre queda das águas, coberto de espumas
pus-me a pensar, pensar em teu corpo
pensar no que nos dá intenso prazer.

Deslizei-me, embebeci de loucura
soltei-me na candura
entrei em seus segredos
em meus pensamentos te fiz mulher

Pus-me a tocar-te, a sussurrar baixinho
devagar, devagarzinho, deixei-a louca pelo meu ser
embriagado no teu ser

Entre carícias e delicias, numa vasta e
quente paixão de puro e intenso desejo
desejo de você, de te querer, de deita com você
desejo de a possuir, de ser seu homem.

Por fim, deixei rolar por entre as águas
A candura, a loucura, o prazer
descansei em teu peito te fazendo de meu leito,
te fazendo de meu sonhar do meu amar.


(Edmar Germano)


voltar última atualização: 16/01/2006
5625 visitas desde 01/07/2005

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente