a tarde demolida sem que alguém apanhe na rede tênue seus resíduos
de luminosidade e reflexos dementes
as folhas do livro caíram mas estou levando numa boa ainda que arte me
falte e todas as manhãs anunciadas regridam
nada arranha esse silêncio de vidro e névoa que me habita secretamente
onde ainda posso defender as lembranças de sonhos desperdiçados
entre equilíbrios fatigantes e lutas meticulosas, porque demoro no que
sou mas você quer um liquidificador novo e um televisor e um vestido que
te esconda de ti diante do espelho e dos olhos de todos...
(Poemas que compõem o livro: Traços Invisíveis - 2003 - ainda inédito)
(Edir Augusto Dias)
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