A Garganta da Serpente

Edilmar Amaral

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NU

Estou totalmente só.
Escondido nos meandros da emoção.
Flagelado. Nu.

As roupas, deixei-as cair pelas ruelas.
Amordaçavam.
Aprisionavam.
Tirei-as. Tiraram-nas.

O perfume que me impregnava era doce.
Selvagem. Rascante.
Deixei-o no ar.
Nos lençóis.
Nos beijos. Nos abraços.
Nos corpos perdidos a buscar:
prazer, dor, amor.

Onde estou?
Ao certo, não sei.

Mas, a chuva cai.
Cai Forte.
Brava. Furiosa.
E lava a minha alma.
E lava a minha terra.
E lava todo o meu corpo cansado e despido.
Para, depois,
ele, no chão, repousar.


(Edilmar Amaral)


voltar última atualização: 15/02/2008
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