As quatro estações
a rosa arrasa o mar
num cogumelo manso
o aroma fere o ar
e o fogo ferve o pranto
na lua derradeira
o corpo perde a sombra
na terra hospedeira
a morte encanta e dança
o reluzente arcanjo
ergue a lança
vaporiza a sombra
num êxtase proibido
O gameta fendido
explode em meninos tortos
e a lua chora mansa
o ácido dos mortos
verão califórnio
primavera estrôncio
a fera disforme
dorme, enfim, humana.
(Dudu Oliveira)
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