A Garganta da Serpente

Donny Correia

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MONÓLOGO DO VENTO

O sopro que roça o nada
E mesmo assim fere
O som se propaga lento
Mas como não ouvir o vento?

Odor de sândalo e defunto
O verme que lambe a incisão
Sem artérias, sem alma, sem coração
A tempestade traz a desgraça junto

Por cima da casca de pele e ossos
A canção fúnebre do desalento
A morte cavalga à beira da loucura
E a lama petrifica ao sabor do vento

Quando pairo lento no deserto
Sinto as cinzas chovendo no rosto
Separando membros de um corpo cremado
Esparramando vazio no silêncio


(Donny Correia)


voltar última atualização: 26/04/2004
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