Depois de chegar...
Ei de tê-la em mim eternamente
Convencido de que sempre durará,
Sua sombra na minha morará...
Plantaremos do Destino a semente
Em solo fértil, em solo produtivo
Do peito nu pulsante e vivo!
Ei de entregar-te pela bondade
Que perdura ainda moribunda
Em todo esplendor, dentro afunda
Toda a aparente e vã complexidade
Do amor sacrossanto e benigno
Dádiva do pecador fraco e digno!
Ei de estender os meus braços brancos
Para povoar tua boca com cálidos
Beijos de primaveras perdidos
Beijos noctivagos, beijos tão francos
Vindo da fé e da alma convulsa
Que todo mau querer de ti expulsa!
Ei de chegar ao fim derradeiro,
Tremer de frio em teu colo amável
Sentindo a mão angélica e confortável,
Da Morte a tomar-me por primeiro
Consumado em teu seio e sussurrando:
Irei partir, sim irei! irei partir te amando!
(D.M.Malkavian)
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