A Garganta da Serpente

Diego Hang Borges

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Sangue

O sangue doce que escorre dos meus olhos
Escorre até a boca
O sangue que escorre sobre a mesa da sala
E que esconde nossos segredos

A vida que se leva, leva á morte que se quer
Por que está escrito
E o sangue que sempre escorre de meus poros
Sempre sujo o lado mais limpo do pano

O pano sujo de sangue é sempre cobertura
De quem o sangue escorreu
E o sangue conserva a carne e os ossos
Daquele que já morreu

E quando o sangue corre como lágrimas
E chega a minha boca
Eu sinto o doce sabor e o delicioso odor
Dos males que vem pra bem

E sempre que sangro pelo nariz dou graças
Porque sei que estou vivo
Aí eu sei que não sou mais um defunto no lixo
Sou alguém que tem sangue


(Diego Hang Borges)


voltar última atualização: 29/10/2010
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