MULHER I
Fêmea completa ela é mulher!
Coerente com seu tempo, moderna!
Domina consciente e sabe seu poder.
Insistente, não aceita menos do que quer.
Se, se faz menina, é para mostrar-se
Com leveza, inteiramente emancipada,
Sem perder a graça feminina!
Envolvente ela chega. Atenção desperta
E quando você pensa que a detém.
Pede licença e vai, assim como vem,
Caprichosa, quando deseja e quer,
Atende aos seus desejos de mulher
Bela! Além de bonita, como é bela!
E nos gestos toda a graça da mulher
Que a vaidade só realça
Com artifícios, o dom natural,
De encantar e suscitar desejos!
Bem informada, ela pilota um micro.
Com maestria fala música e filosofia.
Conhece todas as mitologias.
Fala fácil sobre literatura, prosa e poesia.
Bach, Beethoven, Noel ou Pixinguinha.
Fernando Pessoa, Castro Alves ou Cecília,
Fazem partes da sua intimidade!
Assim como todas as outras formas de Arte!
Seu humor é fino. Busca carinho.
Maternal, seu lar é um ninho.
Com garras protege seu homem e sua prole.
Mas se o desejo sensual lhe aflora.
A fêmea que dentro dela habita, explode!
E todas as carícias são permitidas!
E ela geme! E grita! E torce! E arde!
E todas as fantasias são realizadas!
Para retornar, depois, à mulher feliz.
Plena! Realizada! Humana! Emancipada!
(Recife, 29/07/2002)
(DeoSantAnna)
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