A Garganta da Serpente

Denise Azevedo

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Fernão Capelo Gaivota

Fernão Capelo Gaivota
Voou pra bem longe da civilização
E diz que não volta.
Nem pra dizer thau.

Fernão Capelo Gaivota
Voou para além do infinito
Onde ninguém escuta seus gritos
De pavor

Pavor da sociedade
Das regras impostas
Dos vôos das gaivotas
Que só pensam em pescar

Fernão Capelo Gaivota é diferente
Só pensa em voar por entre essa gente
Num vôo raso e profundo.
Quase uma queda
Seguida de esplendor

Fernão, quase meu irmão
Só pensa em liberdade
Cansado dessa cidade
Desse mar de peixes

De vez em quando
Esquece os feixes de luz
Fernão voa em direção ao sol
Sem enxergar nem o mar, nem o farol

Fernão poderia ser como os outros
Mas não tem medo de ser diferente
Não é como toda a gente
Preocupada com opiniões

Fernão é livre
Livre como anarquistas desejam ser
Livre como pensamentos
Impossíveis de serem manipulados

Fernão não é como toda a gente
Não tem medo de ser diferente
Não tem inveja dos aviadores
Não se censura por gostar de voar

Não tem medo de arriscar
Pois sabe que vencer é uma questão
De esperar a hora certa chegar.


(Denise Azevedo)


voltar última atualização: 26/11/2009
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