Ausência (Solidão de bailarina)
Sentindo sua falta,
Separada de ti pela distância.
Contando os segundos,
Dois corações ligados: um só mundo.
Onde estará ele,
O que faz, em quem pensa,
Será que também sente minha falta?
Aqui a imaginação leve, tão alta.
A música sensibiliza minha alma
Os oitos egípcios, postura, sapatilha meia ponta.
Vida de bailarina...
Quantos ensaios, perdi as contas.
Fecho os olhos e estendo minhas mãos,
Na esperança de tua mão alcançá-la.
Solidão ingrata, não passa.
Pega tua dançarina, ó Príncipe de Birkasha!
Toque suave da cítara, alaúde e flauta
O príncipe a chama, seu coração salta.
Em passos leves se aproxima:
Sensualidade de mulher, ingenuidade de menina.
Ele forte, sábio, olhar fixo, simplesmente belo
A seduz pra mais perto.
É a história no oásis e no deserto.
Já estava escrito, momento eterno.
Palácio decorado com fontes de luz, lençóis de seda.
Muitas frutas selvagens, doces, na mesa.
Um harém a seus pés.
Isso pouco importa:
Vossa majestade, é só ela que ele quer.
Ordenou que ela viesse,
Que a buscassem, que a trouxessem.
Convocou exércitos, navios em alto mar
Tudo pela sua pele branca, seus lábios vermelhos,
Seus cabelos negros poder tocar.
E agora é chegado o momento:
Ele a cobre de flores, canta pra ela,
Faz juras de amores.
Se trancam no quarto,
Despem-se as vestes.
Ele prova o seu sabor
De mar, de mel, de amor.
Ela sente o seu calor
Seu toque, sua força.
Momento divino, uma sina, o destino.
Mil e uma mulheres ele amou.
Mas só ela pro céu,
Pro paraíso o levou.
Flor de Ísis
Seu príncipe, seu amigo, seu amante, seu amor.
(Deise Lima)
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