A Garganta da Serpente

Deise Lima

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Aves

Ainda pairam sombras do teu passado
A ancorar os sonhos teus,
Esse anjo negro amargurado
A assombrar os sonhos meus.

Meu pássaro distante aprisionado
Seu coração rastejante dilacerado,
Debruado em bondade, sensibilizado
Compadecido com a dor do ser que o prendeu.

Resignada a te esperar
Maldita dúvida a me atormentar
"Estás presos porque queres?
Cômoda gaiola é o que preferes?"

A chegada do verão minha alma suspiras
Quando vens a mim? Emigras!
Teria tanta beleza suas mentiras...
Porque enganas a ave distante que te amas?

Por mais que eu voe
Que eu beije as flores, fantasie amores
Por mais que eu plane ou bata as asas...
Nenhum outro tens a tua graça!

Nesse hemisfério anseio pelo seu cantar
Pela sua escolha de liberdade, - ave fugias.
Esquecestes a beleza de voar?
Morro um pouco todos os dias...


(Deise Lima)


voltar última atualização: 19/09/2006
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