SONETO PARA FABIANA
Olho os campos de favas, desta gentil paisagem,
Onde há tantos enlevos numa mata encantada.
Mas tu, morena airosa, de ricos mimos - nada.
Nada desfaz teu escudo, neste torrão selvagem.
Olho os campos de favas. Numa doce folhagem!
Onde tu andas - a pé - contra o vento da estrada.
Como uma flor edênica, que viste enxovalhada,
No paraíso de Eva, tendo o Adão por miragem.
E ao contemplar-te assim, ó morena - assustado
Eu fico co'a beleza de uma jovem cigana!...
A andar só, pelas relvas, por onde pasta o gado.
Outra vez, olho os campos, pela veneziana,
E vejo a tua imagem, livre, a encantar o fado
Os teus campos de favas, co'o amor de Fabiana!...
(Dário Teixeira Cotrim)
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