Por Vezes
Por vezes te procuro em cantos por onde passo.
Imagino onde você estaria, se repousaria ou também
procuraria.
Mas o calendário ainda não se apresentou
o mesmo para nós.
Talvez coincidência ou a dica de que é
preciso mais vivência.
Por vezes te chamo na expectativa de te ouvir.
Fico esperando a tua resposta que se transforma no eco
do meu próprio grito.
Eco que tenta alcançá-la, mas a vida ainda
caminha em descompasso.
Talvez seja o momento da paciência ou da estratégica
insistência.
Por vezes te toco na certeza de ser a escolhida.
Um abraço, um sorriso, um comentário são
as reações menos desejadas e mais
sentidas.
É a química entre peles que teima em confirmar
as diferenças.
Talvez a real incompatibilidade de sensações
ou a simples necessidade de
equacionar
fórmulas vividas.
Por vezes te sinto num beijo descompromissado ou
cheio de pensamentos.
De canto, estalado, um de cada lado.
Mas o sabor da troca de fluidos acaba por ser realidade
somente nos sonhos.
Talvez mais uma de minhas inúmeras fantasias
ou a certeza de que o
impossível
é possível.
Por vezes teu aroma marca tua passagem.
Suave ou forte, cercado sempre de mistério e
personalidade.
Mas o máximo que você me permite é
imaginar, no mínimo,
o teu cheiro de mulher.
Talvez loucura de um ser incompreendido ou apenas o
desejo
de te dizer: por vezes penso em você.
(01.03)
(Dante Jun)
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