A Garganta da Serpente

Danilo D. M. da Silva

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SEM TER VOCÊ

Quando eu morrer, não sei o que haverá,
Não sei se de mim sentirão saudades,
Ou se por mim irão prantear...
Pois as lágrimas que caem do meu rosto
Trazem-me a ânsia de perecer,
Tudo que eu vivo em meus dias,
É tudo que eu mais quero esquecer.

Se ao menos eu tivesse meu amor,
Por um dia ou dou, quem sabe.
Abandonasse-me essa tremenda dor
Que deflora meus dias com rapidez,
Que inunda e destrói minh'alma,
Deleitando-me em imensa languidez.

Amor das noites minhas,
Dos sonhos que tanto tenho,
Cheguei a pensar que vinhas,
Mas vejo que de novo me engane;
Procurei em verdes campos tua face,
Em becos e vielas pernoitei,
Esperei que em mim a vida retornasse.

Quando penso em algo que me enleva
Só você vem em minha memória,
Vejo que uma longa e mórbida espera
Será o a trilha de minha estória.
E agora?Será que morri?
Pois a cada dia longe de ti morro mais,
Esquecendo das noites que não dormi.

Contei à lua e as estrelas
O quanto a dor em mim faz moradia,
Apague todas as luzes e velas,
Verás o mesmo que há em minha companhia.
Essa dor de viver com apenas o desdém
Da donzela que tento amo,
Faz-me sofrer como ninguém.

Rouba do amor o meu quinhão,
Crava em meu peito um forte espinho,
Perder-me faz em imensa solidão,
Embriagar-me faz do puro vinho,
Move as cordas do meu triste coração
Que sofre por não ter o seu carinho.


(Danilo D. M. da Silva)


voltar última atualização: 01/03/2008
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