O POEMA É UM AFAGO
Todo dia me apaixono por você.
Quero morder seu corpo onde a pele é mais fina,
As mucosas,
E o sangue corre,por sob a pele,raso.
Só assim penetrarei no que é seu de mais íntimo,
No que é seu de mais seu,
No seu lirismo de carne e sangue.
E se eu pudesse ver por detrás dos seus olhos,
Enxergar o mundo como árvores-poemas, pedras-poemas, céus-poemas,
Ah acho que morreria!
Ou talvez deixasse de te amar.
Por isso quero, antes, estar aqui fora,
Para poder te ver.
Como é bom te ver e te ouvir.
Como é bom sentir os afagos de cada frase-verso que sai da tua boca.
(Daniela Valverde)
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