A Garganta da Serpente

Sarah D.A. Lynch

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

VERGONHA

Quando levantas o rosto
contra nós, os desprezíveis
que não são os mais belos
os mais divertidos
os mais bem-vestidos
eu tenho vergonha.
Quando fazes chacota
de nós, os ridículos
que contam piadas sem graça
fazem poemas sem rima
não dão a volta por cima
eu tenho vergonha.
Quando voltas as costas
a nós, os carentes
que mendigam conforto
gestos de apreciação
restos de afeição
eu tenho vergonha.
Sim
eu tenho vergonha!
Ah, mas não de nós
os desprezíveis
os ridículos
os carentes.
Eu tenho vergonha
- e quanta vergonha! -
de ti.


(Sarah D.A. Lynch)


voltar última atualização: 23/02/2011
18790 visitas desde 05/02/2008

Poemas desta autora:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente