A Garganta da Serpente

Cruz e Souza

João da Cruz e Souza
  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Vinho negro

O vinho negro do imortal pecado
Envenenou nossas humanas veias
Como fascinações de atrás sereias
E um inferno sinistro e perfumado.

O sangue canta, o sol maravilhado
Do nosso corpo, em ondas fartas, cheias.
como que quer rasgar essas cadeias
Em que a carne o retém acorrentado.

E o sangue chama o vinho negro e quente
Do pecado letal, impenitente,
O vinho negro do pecado inquieto.

E tudo nesse vinho mais se apura,
Ganha outra graça, forma e formosura,
Grave beleza d'esplendor secreto.


(Cruz e Souza)


voltar última atualização: 13/08/2010
15247 visitas desde 01/07/2005

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente