A Garganta da Serpente

Cruz e Souza

João da Cruz e Souza
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Presa do ódio

Da tu'alma na funda galeria
Descendo às vezes, eu às vezes sinto
Que como o mais feroz lobo faminto
Teu ódio baixo de alcatéia espia.

Do Desespero a noite cava e fria,
De boêmias vis o pérfido absinto
Pôs no teu ser um negro labirinto,
Desencadeou sinistra ventania.

Desencadeou a ventania rouca,
surda, tremenda, desvairada, louca,
Que a tu'alma abalou de lado a lado.

Que te infalamou de cóleras supremas
e deixou-te nas trágicas algemas
Do teu ódio sangrento acorrentado!


(Cruz e Souza)


voltar última atualização: 13/08/2010
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