A Garganta da Serpente

Condessa de Lis

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Retratos de Meus Desejos

Depois de me debater durante tantas noites...
Depois de rogar ao Céu e ao Inferno...
Aos Deuses e Demônios...
Como pude ser tão cega à minha realidade...
Não há em minha cama outra lembrança
Senão as de minhas próprias lágrimas...
Eu me viro de um lado para outro,
Circunscrita na noite gélida,
Procurando um meio de me limpar da culpa...
As antigas Damas do século em que vivemos juntos..
As novas devassas da época em que me encontro...
Qual das duas serei eu?
Deixei-me levar pelas amargar marcas
Que me pregam peças na mente,
Cometidas a tantos tempos,
Mas que são tão cravejadas no meu espírito
Que me vejo repetí-las...
O prazer de ver o ser humano perder os escrúpulos,
Enquanto me deito vítima em seus braços,
Esperando o momento em que deixo de ser presa
E me torno caçadora das minhas próprias luxúrias...
Eu preciso me perdoar...
Mas acima de tudo eu preciso aprender...
Bela Dama de inteligência fugaz...
Bela Dama de sorriso sórdido, sensual...
E tantas e mais tantas vezes mórbido
Em sua própria promiscuidade mortal...

(B.P. - 15 de Julho de 2005)


(Condessa de Lis)


voltar última atualização: 25/10/2005
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