A Garganta da Serpente

Condessa de Lis

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Meu Querer, Meu Poder

Eu quero acordar amanhã vendo um horizonte
Ainda que um pouco enevoado e sombrio
Um horizonte que me prometa um sol
E que me traga seu calor na lascívia do dia...

Eu quero cerejas doces e avermelhadas
Com o gosto da tua boca sedenta pela minha
Derramadas pelo meu corpo
Num entardecer da primavera...

Eu quero me deitar na grama
E ter meu corpo banhado pela chuva
Sem perceber curiosos olhares
Deliciando-me como servida em banquete...

Eu quero te fazer entender
Que não se tem vida sem loucura
E que a loucura é arte em poesia
Ainda que isso possa parecer incoerente

Eu quero te encontrar num final da tarde
Como dois estranhos aos pés da Eiffel
Olhando um ao outro em desafio
Porque no final o que nos atrai é desafiar

Se eu posso querer, você me pergunta...
Eu posso mais do que deitar e esperar
Enquanto você me observa lânguida e ingênua
Como dócil presa esperando para ser devorada

Eu posso tudo o que minhas palavras transparecerem...
E é na liberdade do meu poder que te prendo
Entre meus braços com o soprar de minhas idéias
Que te fazem eterno enquanto o mundo se perde em vão...

(B.P. - sábado, 20 de agosto de 2005)


(Condessa de Lis)


voltar última atualização: 25/10/2005
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