A Dama do Brocado e Seu Gato
Deixe-me contar-lhe um segredo
Sem medo do que possas crer
Bata três vezes na porta maciça da frente
E um corpo estendido no tapete
Com sangue nas mãos poderás ver
Tens que acreditar nos olhos
Sem prestar atenção às aparências...
Pois quebrado ao lado do corpo
Verás um gato sem a cabeça
Tic tac, tic tac
Você ouve o relógio tocar
Cai o lustre-candelabro
Em cima do belo brocado
Preto com riscos em dourado
Sem nem sangue respingar
Toc toc, toc toc
Batem à porta da Consciência
Levanta-se a louca do brocado
Com seu gato quase trespassado
Caminhando ambos desajeitados
Você se acha louco?
Louca sou eu que te conto
Em meia palavra sete vidas
Em um dia minha chacina
De um passado que me perseguia....
(B.P. - Segunda-feira, 8 de agosto de 2005)
(Condessa de Lis)
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