A Garganta da Serpente

Conceição Pazzola

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

REMINISCÊNCIA

Aos meus olhos de criança
Enorme era minha casa
O olhar não via
Por mais que desejasse
Onde acabavam paredes

Somente na ponta dos pés
Era possível ver o que havia
Sobre o balcão da cozinha
De minha mãe

Aos olhos de qualquer um
Havia naquela casa
Muita gente comum

Tantas vozes, tantos pés
Muitos beijos e abraços
Um dia eu cresci
Encolhidas se tornaram

Todas as coisas e pessoas
Mudaram e como gente grande
Também assim me olharam

Sem nenhum aviso prévio
Arrebentou como tufão
De buscar longe dali
A aluvião de desejos

Quem dera...
Reaver dentro e fora
A beleza extinta, a união
Que um dia tive e perdi
Na minha casa.


(Conceição Pazzola)


voltar última atualização: 27/08/2010
13507 visitas desde 15/12/2005

Poemas desta autora:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente