A Garganta da Serpente

Clevane Pessoa de Araújo Lopes

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Das camuflagens

Do que escondo , muito revelo
por sinais e códigos em linha d'água.
O que mostro, faz parte do que está escondido
e aparece camuflado,
bicho-folha a outros verdes misturado.
Mimetismo de alma e de aparência.
Auto-controle a dirigir a própria vida,
a meta bem definida,
e muitas vezes, tomando atalho
jamais antes considerado
mas capaz de levar
a lugares extraordinários.
Já andei enterrada,
qual batráquio no deserto,
que revive sob chuva milaculosa
apenas para reproduzir-se
e então morrer.
Já voei mais alto que o intangível
à primeira vista e do Alto
entendi que embaixo é mesmo tudo igual...
Um leve movimento , um frêmito, um frisson,
e eis que ,enquanto do plácido rosto
os olhos perplexos
contemplam firmes tudo em torno,
e até mesmo outros olhares perscrutadores,
o coração, no imo de paina e sangue
dispara, cavalga a esmo, perde-se de si
em meio às suas próprios dores.
e ninguém percebe nada...

(Belo Horizonte, 02/01/2007)


(Clevane Pessoa de Araújo Lopes)


voltar última atualização: 01/09/2009
25895 visitas desde 01/07/2005

Poemas desta autora:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente