Da fome
A fome coagula
Sua gengiva enferrujada
De por sobre os tabuleiros.
Enzipa a linha escamosa
Do horizonte
Com a sombra circular
Do vôo das andorinhas.
Exaurido,
o dia abre sua pétala
De chumbo
sob os escombros dos ventos.
Nos estradeiros
Os homens continuam
escaneando
Com os olhos expatriados
Uma lembrança de chuva
Acantoada na geografia
agreste dos relâmpagos
(Cleilson Pereira Ribeiro)
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