A Garganta da Serpente
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Cleber H. Teixeira

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AQUI, MEU LUGAR!

Aqui,
onde as estrelas cadentes caem sempre,
onde o som dos pássaros é mais freqüente,
onde as noites são gélidas e o dia quente,
é o meu refúgio e monumento.
Pra minha alma um alimento,
pro meu ego um acalento,
pro meu credo um pouco de ti.

Aqui
sei que posso ser quem sou,
mesmo que sempre saiba onde estou
e embora saiba: nada mudou!
Sei que as pedras continuarão
no mesmo lugar onde hoje estão,
da mesma forma, em igual posição.
Mas quem terá as colocado ali?

Aqui
basta alguns passos pra estar bem distante,
basta um sorriso pra ser importante,
paz e delírio aqui é o bastante.
Nem as cores e os sons da televisão,
das grandes metrópoles a movimentação,
não são tão quentes, oh, não são
como as princesas dos castelos daqui.

Aqui
posso ver da janela o que não me é fútil,
posso ler o jornal sem que ninguém escute-o,
ter no banco da praça uma prosa inútil,
quem sabe esperar o inverno chegar.
No outono as folhas do chão apanhar,
deixar o meu rosto a chuva molhar
pra lavar as lágrimas que possam cair.

Aqui
vejo-me entre o tudo e o nada
e vejo o início e o fim da estrada.
Cada palavra mágica imaginada
já foi traduzida que sabe uma vez,
quem sabe por mim, por você talvez,
vai ver até por todos vocês
que sonharam em viver aqui...

Aqui
é meu forte e meu paraíso,
é o que entendo e o que preciso,
é onde então me localizo
talvez por força do destino.
Em cada sonho cristalino
que vejo não ser mais menino
vejo: daqui não esqueci!


(Cleber H. Teixeira)


voltar última atualização: 20/02/2004
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