A Garganta da Serpente

Cláudio Domingos

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Personagem inventada

Hás-de chorar baba e ranho
De sangue
E eu lágrimas que não tenho
Sem que me zangue...
De tanto me rir e ver-te
Na penúria
Não é raiva, nem vingança
Nem vontade de ter-te
Nem injuria...
Nem desejo ou esperança
Não, não! E mais uma vez não!
É a livre escolha
É a opção que tomaste
A chamar-te a razão
Aqui, nesta folha
Com paciência que baste!
You must remember this!
Recusaste compreender as leis
Se bem que sempre insistisse
Muitas vezes depois das seis...
A kiss is still a kiss...
E não deixaste entrar
A justiça
Como garrafa no bar
Fechada
Em rolha de cortiça...
Fachada!
Tudo é fachada em ti
Inventaste uma personagem
Que não sabe de si
E do palco fez miragem...


(Cláudio Domingos)


voltar última atualização: 29/04/2008
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