A Garganta da Serpente

Cláudio Domingos

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A fonte

Porque a fonte jorra a água
Sem olhar a quem
Lembrando a alguém,
Que a sede pode ser saciada
E que pode afogar essa mágoa
Numa oração tão molhada

É feita de humildade, aquela fonte
Servem-se dela sem nada oferecer
Trazendo ao real uma ponte
Entre os oceanos e a vontade de beber...

Sim, pois claro, traz no passado
Oceanos e rios,
Lágrimas e sorrisos
A quem beba sem vontade
E que fique num tal estado
Embriagado pela divindade

Como um pecado, assim num jorro
Sem ter sede e beber
Sem paixão e gostar
Da água de correr
Ou a pedir socorro
Para a fonte não secar...


(Cláudio Domingos)


voltar última atualização: 29/04/2008
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