Leitura do invisível
Esses olhos que flutuam no espaço
Dimensionados entre águas cristalinas
Sobem e despem toda a tranquilidade
Que da vontade fez rainha e soberana
Enlaçam céus entre os ângulos obtidos
Revelam dúvidas que irrompem no acaso
Para reciclar o que da vida se evapora
E recriar o que do belo se cultiva
Quebrando leis que envolvem
Além da vida
O puro êxtase da sabedoria
Não dirimida
Vestem de cores diversas
As coisas mesmas que escorrem
do descaso
ainda que encobertas
Pelo véu da ignorância
Transportam sem medir o peso
A efêmera chama
Que dança na existência
Seja vida ou sopro
Seu nome mais sereno
São visões que revelam
o puro signo
Do sentido desvendado
(Cláudia Carvalho)
|