A Garganta da Serpente
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Clarissa M. Bones

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SONHO

Com a Lua cheia brilhando num céu escuro,
Apenas duas estrelas exibirão seu brilho.
O luar, lânguido se derramará
Por entre árvores melancólicas,
Iluminando e dando vida às faces de um Anjo de Mármore.
A luz inebriante da Lua seguirá seu curso
Possibilitando ler os nomes nas lápides dos túmulos.
As velas e os incensos espalharão seu cheiro de Morte
E evocarão os Espíritos que vagueiam sem rumo
E observam a lenta putrefação de suas carcaças humanas.
Juntamente virão os Espíritos Não Mortos
Que ao contrário de seus antepassados que sugavam sangue,
Sorvem a Vida, direto da fonte,
Direto da Alma...
Do Céu cairão Anjos chorosos
Derramando lágrimas por nunca poderem desfrutar dos prazeres da carne...
E todos compartilharão do momento
Em que sobre um mórbido depositório,
Dois corpos nús, envoltos apenas em luz,
Se movimentarão ao som de Sinos Rituais.
E então, no auge da celebração,
No mágico momento em que
As Almas transcenderiam os limites mortais,
Sou trazida de volta, tudo não passara de um sonho,
Abro os olhos,
Respiro fundo e volto a dormecer.
Neste momento, as Sombras projetadas
Pela Lua que entra através da vidraça, se movem,
E deitam todas junto a mim.


(Clarissa M. Bones)


voltar última atualização: 27/09/2000
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