A Garganta da Serpente

Claraflor

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DEMÔNIO COM CHEIRO DE ANJO

As cigarras da saudade espalham acordes
na floresta da minha solidão
balançando as botas sujas de sonhos
dependuradas em galhos de árvores sem piedade
que sorriem e cantarolam para a tristeza
dos olhos calados mudos gritantes
Flores de boas-bobas lembranças
sangram na beira da estrada
um cheiro de vida enche os pulmões
materializando no vazio
repleto da tua presença
um desejo ...
Olhos de demônio com cheiro de anjo
em carne e osso sobre a flor da pele
flores coloridas da cor de outra morte-vida
que levam pra voar o peito escravo da poesia
o peito que brinca com os cacos do coração de poesia
botões de silêncio sorriem pra lua
medo e coragem
ousam e explodem na força de um bem querer
olhando o balé do eu-caçulo
lutar a guerra da vida
Como estais vaidosa!
noite vestida de mil estrelas confidentes
são os olhos das águas do lago Paranoá
beijando os lábios da tua solidão
e a minha vaidade é só a de sempre
de luas cheias
Escorre na face triste-alegre
a espinhosa esperança de uma lembrança
num piscar de olhos leva ao colo do anjo vagalume
o peito em chamas.


(Claraflor)


voltar última atualização: 25/11/2008
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