A Garganta da Serpente

Cíntia Melo

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Vestais

As vestais vagueiam
entre os sonhos dos mortais
sobre vales e colinas
nas chamas das fogueiras.

Suas vozes se escondem
abafadas entre árvores,
esgueiram-se nas matas
próximas aos elementais.

Suas faces diáfanas
enganam e iludem
as mentes sem barreiras.

Mensageiras, feiticeiras,
virgens e meigas...

Vestais de areia
são como sereias,
impregnam o mar,
enchem a terra e o ar
com o cheiro da dor e do amor.

Miréia conta pérolas,
serpenteia terras,
entre cantos e lágrimas.

As mulheres sem veias
tecem os seus raios
lamentam suas perdas.

Seleina, a que ceifa,
vive como gueixa,
a vestal traiçoeira.

Maleina, a que semeia,
derrama seu manto de luz,
cultiva ouro entre as flores,
jóias e jardins em louvores.

Siméia, a guerreira,
defende suas ânforas
cheia de amargura
sob seu manto púrpuro.

Mensageiras, feiticeiras,
virgens e meigas...

Quando querem,
são belas e fagueiras
estreitas, perfeitas...


(Cíntia M. Melo)


voltar última atualização: 13/09/2006
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