A Garganta da Serpente
este autor está sendo procurado - saiba mais

Cigano da Noite

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Fim

Vejo em seus olhos a dor que sentes,
Não se preocupe minha donzela pálida,
A noite não finda em chegar e seus pesadelos poderão ser vistos à luz do farol.
Acenda um cigarro e deixe que a fumaça oculte seus pecados.
Iremos todos para o inferno mesmo, então porque temer?
Se sobrevivermos mais essa noite, a morte será vencida e então poderemos gozar através das dimensões.
O velho xamã faz um prece antiga agora. Não há mais nada à perder, todos partiram, inclusive sua alma.
Vêm meu anjo negro. Jogaremos estrelas pelo caminhos para não nos perdermos. Mas já não estamos?
Acenda mais um cigarro e seu corpo se disipará com a fumaça e se transformará em nuvens de tempestade,
Chovendo toda fúria e melancolia nessa terra árida de solidão.
O velho xamã dança em círculos. A mãe olha o filho morto e sorri. Não há mais dor em seu coração.
Imagens se confundem na penumbra da Lua. O Dragão dilacera o coração do cavaleiro,
Prostitutas entoam orações milagrosas enquanto monges choram a desgraça da existência.
O dia amanhece e traz com ele a luz da verdade.
Tudo não passa de ilusões, uma piada do Universo.
O fim termina com uma risada mortal.


(Cigano da Noite)


voltar última atualização: 18/05/2003
4294 visitas desde 01/07/2005

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente