A Profecia
Quando o Poeta foi enviado à guerra,
O horizonte ficou mudo
As esquinas das cidades se fragmentaram em sombras líquidas
E tudo que havia de puro,
de naturalmente belo,
fora abolido.
Mas lá, além das Montanhas da Morte,
ainda sobrevive o Poeta.
Toda a dor que sufocar as criaturas das trincheiras
Cada osso quebrado, cada nervo consumido
Haverão um dia de serem os versos da maldade.
Todo ser que sobreviver ás batalhas de si mesmo,
Toda criatura que superar seu destino,
Haverão um dia de serem os versos da verdade.
Se houver um mundo pós guerra, dessa vez
E seus manuscritos forem encontrados
O horizonte plasmará a sua voz!
Girassóis Translúcidos brotarão nas ruínas de metal
e logomarcas
Que os olhos dos novos homens sejam lúcidos...!
Para decifrarem os versos de seu Evangelho de Luz.
(novembro 2007)
(Catia Cernov)
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