A Garganta da Serpente

Don Felipe de Casanegra

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COAGULANDO A ALMA

(homenagem a Plínio Marcos)

Nasci e me ensinaram quem eu era.
Cresci em mínimos reflexos do Si Mesmo.
Caí no Mundo dos cegos paralisados.
Morri, arrependido de não me ter, matado!

Agora, lúgubre, me vejo melhor,
Longe dos olhos de quem me criou,
No cerne do Vazio de onde realmente vi
Minha Sombra pulsando sangue e calor.

Abrindo meu peito de vidro à marretadas,
Eu arranco das vísceras o meu coração!
Gritando alto em meus tímpanos inférteis,
Eu môo a estupidez do meu cérebro!

Arrancando os músculos dos meus braços inertes,
Eu decrépito a mim mesmo!
Libertando com uma navalha meus olhos de carne,
Eu refaço a minha alma!

Enfim, sou Luz embutido de Trevas!
Enfim, sou Paz esculpido no Caos!
Sou eu! O Si Mesmo, além de comparações.

Só, magicamente só...
Feliz, desordenadamente feliz.


(Don Felipe de Casanegra)


voltar última atualização: 07/08/2007
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