BELEZAS DA EXISTÊNCIA
Uma folha que cai, uma mão que afaga.
Uma flor que desperta neste mundo sem graça.
A esperança que nasce de um triste que cala
Quando atônito assiste a fúria da desgraça.
A emoção que resiste a tantos devaneios
E um pálido insiste no seu amor primeiro.
Um profeta prediz os males traiçoeiros
Quando o afeto invade um espírito inteiro.
A paixão violenta, estúpida, perde a face,
Num momento o ausente ressurgiu meio a frase
Que veio como o vento de um dia derradeiro.
O poeta por fim chora por ver o mundo cheio
De guerras, fome, doenças e a vida sem respeito,
Mais se alegrou de repente com beleza de um feio.
(Carlos Tibiriçá)
|