A Garganta da Serpente

Carlos Costa

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Faxina

Passar tudo a limpo.
Reescrever o que foi escrito,
Finalizar a conversa inacabada;
Rasgar as folhas amareladas e sem sentido;
Relembrar os amigos que foram amigos,
porque hoje é dia de faxina
Matei a tarde, nada fiz
Não escrevi o poema perfeito
Não li o livro que mudará minha vida,
Não corri pela estrada;
Deixei-me apenas ficar, absorto
Ouvindo o dia findar lá fora
e assim ; vai-se outro dia que já começa
a ser meu passado.
Por isso, estou aqui varrendo, limpando,
Arejando minha mente da poeira imaginária,
Pincelando o meu coração ,
Esse começo de emoção com novas cores.
Quero repintar as paredes dessa minha casca
de uma cor bem viva;
alegre como o sol que vem depois
de um céu escuro.
Já acho que a tarde não está morta,
Está apenas passada;
passada a limpo
de quem quer repensar a vida vivida.


(Carlos Costa)


voltar última atualização: 29/11/2004
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