Deixe que o pássaro cante
A vida lá fora não é vida.
Deixe-me correr em seus versos
E terminar esta desdita.
Quero tomar o seu corpo
Fazer dele um mero espasmo.
Quero levar o seu nome
Para a caderneta do diabo.
Que importam os conselhos
Que não passo de um ludibriador
Se fossem bom ninguém dava
Como diz o orador.
Querem tornar-te medíocre
Ao longo dos séculos.
Olharem com desdém
A sabedoria de seus versos.
Escute mão de ferro
E beba deste cálice genial.
Só há boa poesia
Quando impregnada do mal.
(Carlos Araújo)
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