A Garganta da Serpente

Carlinhos Pink

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Babélica Discordância Em Um Badejo Versificar

não quero o gosto acerbo de minhas eremitas sagas
adunando-se em eucológicos pseudônimos
para cingir hiperdulias prefáticas ao pôr-do-sol
falazmente me incesto em obsecração puritano
e me torno ignavo metanoicamente menestrel
ao ver ledos pontificales em minhas madrigais
o ocaso profano de imprecações apocalípticas
em seu pejo a teofania se torna fábula e se transtorna
um pranto em cenáculos e dodecassílabos confessa os
continentes pálidos
vejo o prélio sem fim dos catecúmenos em suas crônicas
desvairadas
por seus taciturnos pesadelos com batistérios e
bestiários a lograr
talados ficam os morros báculos e arquetípicos
em castigante trigança voraz em fugazes ataraxias
apológicas
e todas as turbas subscritas em apócrifos e apógrafos
se encaminham vesanas pelas alegorias e anagramas
desta insólita e contumaz sobreira apopléctica
onde discorrem versos submersos por todos os
descalabros
e a noite se aproxima descabida desta minha
confrontação de mim
quando me encerro enfim nesta minha breve discordância
os mares me devolvem as ondas
os céus me presenteiam nuvens
e as montanhas me encavernam as dores
para eu esculpir em paz minhas palavras soberanas
e deixar para depois minha interpretação do mundo


(Carlinhos Pink)


voltar última atualização: 14/10/2006
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