minha mocidade
Foram-se tempos
Estes que a tenra mocidade
Nas tardes de primavera
Fagueira embelecida.
Foram-se sonhos
Aqueles que ao por do sol
No céu púrpuro - nuvens de algodão -
Faziam da vida felicidade
E na mata virgem
Fazia-me guerreiro valente e destemido.
Foram-se amores
Que na virilidade
Faziam-me palpitar o seio...
Ao corpo arrepios e na noite
O peito aberto na janela do quarto de dormir
A sombra da lua, a meia luz.
Foram-se tempos
Que o tempo não mais os trazem
Mas hoje, o seio desbotado
Cismo da vida
E na vida padeço.
E hoje,
O amor é morte
A morte é amiga.
Meus dias
Antes fossem primaveras,
Antes eu fosse criança.
(Calígula de Odisséia)
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