Pé de que?
Aquele pé
na metade do outono
se enfeitava com vários brincos dourados
para a sombra não servia,
para a chuva, menos ainda,
mas mesmo assim me divertia
Seu jeito pequeno
encolhido em baixo das árvores
num canto úmido do quintal,
mas que batesse bastante sol,
sempre à mostra em minha janela.
Atacado pela erva de passarinho
resistiu o quanto pode,
mas na metade de algum outono
esqueceu-se de vestir seus brincos,
suas folhas caíra
e só lhe restou os inúmeros braços secos.
Silenciosamente, morreu.
(Caetano Pires)
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