Soneto de um Porto Inseguro
Um farol ilumina o mar escuro
Ofuscando estrelas, envolvendo a lua
Ocultando em vaga, inebriante e nua
Num vale secreto um porto inseguro
Oh, Musas! Minha barca louca e errante
Conduz quimeras e um sonho fatal
Ondas violentas e a chama imortal
Da paixão impura de um navegante
A tempestade agita sua cabeleira
Tua pele, lívida e rubra, fervilha
Eleva teus seios como uma ilha
E tua cintura de anel envolvente
E quedo em teu corpo, vulcânico e ardente
Pra respirar-te bela, estranha e inteira.
Buca Dantas
|