A Garganta da Serpente

Bruno Bontempo

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A um Escarro

Querido escarro meu,
Que me escapa pela boca,
Que pula para o mundo,
Que vê o que eu vejo.

Volte para o teu lar,
Microdejeto espetacular,
Aí fora está frio demais,
Além disso, fede e é sujo.

Não veja a barbárie que acontece,
Não veja minha cara de perdedor.
Beije minha boca.

Circule pelos túneis de carne,
Conheça o pus e o catarro,
Escorra pela minha boca enquanto durmo.

(20/06/2002)


(Bruno Bontempo)


voltar última atualização: 14/09/2004
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