A Garganta da Serpente

Brianna Gordon

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Represália

Voluptuosas cristas de areia,
cristais de formas tão anormais,
faz pedaços os vitrais
e arma a frenética alma
que traída por tantos meses,
sobrepujada todas as vezes,
aparta-se aos poucos da calma.
Levanta a levada loura
e os louquíssimos lares.
Linho pra laços lisos
movem matas e mares.
Fitas fortificadas,
fardas falsificadas,
fitarão o final que fiares.
Sabe que o homem traz sede,
traz fome, diversas ânsias
Traz demônios cultivados,
desde que ascende a criança.
Traz a marca de nascença,
a velha e possante sentença
de que serão reincidência:
Paixão perfídia e vingança.
Exponha a fúria titânica!
Eu sei bem que tens razão.
Concentra essa nova pressão
que hoje o teu orgulho exalta.
Em breve assim que falares
a grande vilã de teus lares
será só um canto de falta.
Vinga-te vilipendiado!
Explode nesse desforço.
Crava os cristais no pescoço
de quem te fez choro de tinta.
Nasce no espírito um singa
que toma as cristas de areia
e corta fundo tantas veias
De que o infante se vinga!

E a vingança está consumada.
O novo vilão é o pecado.
A culpa por ter matado.
Se voltasse, conteria...

Que conteria nada!
Se sua essência falasse,
diria sem nem impasse
que se ela ressuscitasse
novamente a mataria.

(Brianna Gordon)


voltar última atualização: 21/09/2008
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