A Garganta da Serpente

Bernardo Coutinho

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a volta do poeta

Sem compromisso com a realidade,
      enlouquecendo continuamente...
            o poeta,
                  profana os mais sagrados preceitos
                  fazendo ecoar todo desejo e amargura existentes,
                  tornando-se vítima de sonhos dilacerados,
                      de esperanças frustradas...
                          de ilusões letais que lhe atormentam a alma...
sente uma força... grande, desconhecida...
      que torna o escrever uma sensação única,
            destruindo sua fragilidade
                  distanciando-o da indiferença
                        deixando-o inconsolavelmente nostálgico...
canções, amores, loucuras e dores...
      tudo é tão veloz... tudo corre, porém... tudo morre...
e, num flerte com a Morte,
      ao compartilhar sortes... angústias...
      alimenta a mente de um imaginário inexplicável...
            e, num segundo,
                  as cores lhe parecem intensas, ofensivas
                        deixando-o embriagado...
                              vê-se como homem, como criança...
                                    poema e luz...
                                          é anônimo, é pó...

(23.07.2003)


(Bernardo Coutinho)


voltar última atualização: 29/11/2004
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