NO ALTO DESSE ABISMO...
IV
Tornas em sonho a vida de quem ama,
sem conhecer a fundo a real essência
da florescência farta que esparrama.
No mundo, o amor postado na regência,
nos versos dessa deusa que declama,
trazendo da poesia a consciência,
na busca desse ardor, voz que derrama
a fala, o som, a cor: luminescência.
Distante estás, ó doce criatura,
da senda que buscaste sempre atenta,
guardada na lembrança a antiga origem.
As metas verdadeiras não se atingem,
quando te esqueces da subida lenta,
se declaras em vão o que perdura.
(Bartira)
|