XV
Oh! Flor do céu! Oh! Flor cândida e pura!
Se até o mais belo hino assim proclama
a nobre dama, plena em formosura,
tornas em sonho a vida de quem ama,
se declaras em vão o que perdura,
na intensa comoção com que te aclama!
És flor desse penhasco... Em grande altura
estás longe de alcance, eis o meu drama.
E nas manhãs a nuvem que te orvalha
e o sol a dar poder a tua cor
estão também no céu do teu regaço.
Arrisco nesse abismo o meu fracasso:
na lida, ao procurar-te com fervor,
perde-se a vida, ganha-se a batalha.
(Bartira)
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