A Garganta da Serpente

Augusto

  • aumentar a fonte
  • diminuir a fonte
  • versão para impressão
  • recomende esta página

Espectador
Há destroços de mim
por todo o quarto,
sobre o abajur,a televisão,enfim
sobre meu o próprio retrato.

Um enorme quebra-cabeças
que não se montara jamais,
sopra o vento varrendo as peças
sob o olhar da lua vazando vitrais.

Uma porta bate em algum canto da casa,
um elefante de vidro se espatifa no chão,
misturando-se as minhas migalhas
já em princípio de decomposição.

Vultos passeiam sobre meus escombros
ignorantes de minha agonia calada,
enquanto assisto meu corpo se desfazendo
sentado a cama sem fazer nada.

(Augusto)


voltar última atualização: 21/09/2008
2524 visitas desde 21/09/2008

Poemas deste autor:

Copyright © 1999-2020 - A Garganta da Serpente